quarta-feira, 17 de abril de 2013

A realidade das cotas atualmente

Após ler na última semana uma matéria muito interessante da revista “ISTO É” sobre como as cotas raciais deram certo nas Universidades brasileiras, me senti na obrigação de escrever um post sobre isso, já que atualmente estudo na Universidade Católica de Brasília por meio de uma bolsa de estudos integral conseguida em uma política de ação afirmativa, o ProUni. 

(Imagem retirada da revista "Isto é", edição - Abril de 2013)
A matéria da revista “ISTO É” procura mostrar como a política de inclusão social das cotas raciais nas Universidades se mostrou importante e totalmente satisfatória, proporcionando na maioria dos casos oportunidades únicas nas vidas daqueles que se beneficiaram com o programa. Na matéria são expostos diversos casos de pessoas que conseguiram com a ajuda do programa uma perspectiva melhor de vida. Como é o caso de Ícaro Luis Vidal dos Santos, o primeiro cotista negro a entrar na Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Bahia, que relata na matéria a experiência de sua primeira viagem internacional.

Porém, o principal foco da matéria é outro: mostrar como os argumentos e as previsões feitas por aqueles que são contra as cotas raciais acabaram se mostrando totalmente errôneos e equivocados.

Para isso, a matéria recorre aos resultados da última seleção via SISU/ENEM, comparando as notas dos ingressantes por meio do Sistema Universal e o Sistema de cotas. Utilizando o exemplo do curso de Medicina, que segundo dados do SISU, foi registrado que a média dos alunos ingressantes pelo Sistema Universal foi de 787,56 pontos, enquanto a média dos alunos que utilizaram o Sistema de Cotas como forma de ingresso foi de 761,67 pontos. Ou seja, a diferença das notas entre as duas formas de ingresso é praticamente insignificante, visto que a maioria daqueles que são contra essa política afirmativa alegam que os alunos beneficiados com isso possuem na maioria das vezes nota muito inferior àqueles que concorrem pelo Sistema Tradicional, levando em conta ainda que essa discrepância tende somente a diminuir nos próximos anos por conta dos mesmos processos de inclusão social.

E não é só em casos de alunos cotistas de Universidades Federais onde podemos encontrar exemplos que invalidam alegações como estas. Recentemente, uma pesquisa feita na Universidade Católica de Brasília mostrou que os alunos que ingressaram na Instituição pelo ProUni obtiveram média de quase um ponto superior em relação aos demais. O que de certa forma desmente aqueles que alegavam que os cotistas não conseguiriam acompanhar o ritmo dos outros alunos por terem sido beneficiados pelos programas de inclusão.

Outra suposição bem comum entre aqueles que se posicionaram contra o programa de cotas era de que a medida poderia degradar a qualidade de ensino das Universidades Federais, já que a maioria dos alunos beneficiados com o programa, levando em conta o desempenho nas provas, poderiam chegar com deficiências ao ensino superior. Mais uma previsão feita que foi por água abaixo, pois uma pesquisa realizada pela Uerj (Universidade Estadual do Rio de Janeiro) analisou as notas de seus alunos durante 5 anos. Verificando que os alunos cotistas tiraram em média 6,41 e os não cotistas 6,37 pontos.

Vontade de mostrar que são capazes? Contrariar a opinião de muitos mal informados? Ou simplesmente querer um futuro diferente?

Exemplos como esses não faltam para comprovar que os programas de inclusão social estão conseguindo cumprir suas principais metas, diminuir a desigualdade social e promover uma sociedade mais justa e igualitária. E que os alunos beneficiários desses programas têm sim potencial para serem tão bons ou melhores quanto os outros alunos que ingressam pelo sistema tradicional.

Referências, fontes e informações adicionais:

Matéria da revista "ISTO É": 

Pesquisa sobre os alunos do ProUni: 

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